segunda-feira, 16 de novembro de 2009

McDonald's foge da crise na Islândia

"Quando é que a economia de um país está nas ruas da amargura? (...) Quando o Financial Times escreve que a economia ainda vai recuar 8,5% este ano e a taxa de desemprego atingirá 7,5%? Não. A economia está verdadeiramente mal quando a maior cadeia de fast-food do mundo, McDonald's, decide fechar as portas de todos os restaurantes (mesmo que sejam só três, na capital) e sair do país para nunca mais voltar.

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A gigante mundial de ‘fast-food' não quis esperar para ver se a injecção de capital vai ou não salvar a Islândia da bancarrota. O mesmo aconteceu com a Burguer King, que há alguns meses encerrou as operações na Islândia.

No dia 31 de Outubro, noite de Halloween, milhares de pessoas esperaram horas na fila, à porta dos três restaurantes McDonald's em Reiquejavique, para saborear o último "verdadeiro Big Mac". O detentor dos direitos da exploração da marca na Islândia, Jon Ogmundsson, confessou que o negócio disparou depois de ter anunciado o fim da fast-food americana no país, com as vendas a ascender aos dez mil hambúrgueres por dia. A extrema desvalorização da coroa (desde Março de 2008, o euro aumentou 80% em relação à moeda islandesa) e os elevados impostos sobre a importação de ingredientes McDonald's provenientes da Alemanha são as principais causas evocadas para justificar o encerramento das lojas. Nos últimos 18 meses, o custo das matérias-primas para a produção de hambúrgueres duplicou.

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Desta forma, a Islândia tornou-se num dos raros países da Europa que não vende hambúrgueres McDonald's. O mesmo acontece na Albânia, Arménia, Bósnia-Herzegovina, zona norte de Chipre (sob ocupação turca) e Vaticano. De resto, não foi a primeira vez que a cadeia de fast-food decidiu sair de um país por causa da situação económica. O mesmo aconteceu na Bolívia, Barbados, Trinidad e Tobago, Bermuda e Jamaica.

Sem a gordura saturada e as excessivas calorias das refeições McDonald's, resta agora à Islândia preocupar-se com a situação económica."

in Diário Económico